Minto. Sei, sim. Não é de repente, é mais aos
pouquinhos que acontece. Difícil explicar, mas vai dando uma coisa de você não
ver mais direito nem as coisas nem as pessoas que estão à sua volta. Você vai
acostumando com elas, assim como acostuma com uma cadeira, uma mesa, um fogão.
Quando tudo começa a ficar igual todos os dias e você, sem perceber, começa a
se movimentar como quem liga o automático e, feito robô, apenas faz coisas, sem
sentir o que está fazendo – bem, para mim é porque está na hora de dar o fora.
Aí a gente muda. Se não dá para mudar de cidade, muda de casa, muda de rua, de
bairro (cá entre nós: massa mesmo seria poder mudar de planeta). Não há nada
mais estimulante do que ver ruas e pessoas pela primeira vez. Você tem que
fazer um superexercício para conseguir descobrir os jeitos particulares delas
se comunicarem – sim, porque tudo isso tem um jeitinho particular. Você é novo.
A maioria das pessoas que conheço vive muito desatenta de estar vivendo: elas
parecem tão acostumadas com as coisas que estão em volta que é como se
estivessem dormindo.
Texto: Caio Fernando Abreu
3 comentários:
Que texto lindo!
Amei conhecer seu blog, e aproveitei para virar seguidora.
Conheça o Mais Estilosa flor e se gostar siga também.
*;*
http://www.maisestilosa.com
oi Camila...vim convidá-la a fazer parte da minha página de parceiros e participar do sorteio que está acontecendo no meu blog...ainda não conhecia aqui, gostei demais...seguindo e espero sua visita tbm...
um beijo e um sorriso
muito legal, amando seu blog ♥
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